sábado, 25 de outubro de 2014

Polícia apura se PM executou jovem após roubo frustrado

O soldado da Polícia Militar, Jorge Figueiredo de Miranda, 30, que matou o estudante Railan da Silva Santana, 17,  disse em depoimento à polícia ter sido ameaçado durante a abordagem. E que agiu em legítima defesa durante a tentativa de roubo de sua motocicleta no estacionamento da Faculdade Área 1, na manhã de terça-feira, 21.
Segundo a delegada Andreia Ribeiro, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge disse que o rapaz estava armado quando tentou roubar sua Honda Honet 600 cc. Por sua vez, o jovem apontado como acompanhante de Railan foi identificado  como William Souza Santana, 24 (primo). Em depoimento nesta sexta, 24, no DHPP, ele negou ser o autor intelectual do crime.
William é estudante do 7º semestre de direito da Faculdade Ruy Barbosa, localizada  ao lado da Área 1, na avenida Paralela. Segundo Andreia Ribeiro, ele disse apenas que mostrou o PM e a moto para Railan, que teria decidido fazer o assalto.
Chassi 
"No curso das investigações, tivemos a informação de que William estaria com o chassi de uma motocicleta Honet e que a intenção de roubar a moto do policial era  justamente  para poder usar as peças dessa motocicleta", conta a delegada.
Ainda segundo Andreia, parentes de William contaram que o revólver usado por Railan na ação pertence ao primo. A delegada informou que William está sendo investigado em um inquérito para apurar a tentativa de roubo. Em entrevista à TV Bahia, o padrasto do jovem morto contou que William iria colocar adesivos de rifa na moto roubada e dizer que ganhou o veículo como prêmio.
De acordo com a delegada, o PM Jorge informou  que Railan desconfiou de  que ele era policial: "O PM disse que Railan mandou ele colocar a chave na ignição da moto e sair. Só que Railan, por algum motivo, percebeu que ele era policial militar e disse: 'Você é policial militar, você vai morrer. Meu comparsa está esperando você lá fora'. Foi aí que ele decidiu sacar a arma e atirar contra Railan".
Imagens de segurança mostram que o PM dá as costas ao rapaz e depois saca arma, retorna e atira. A delegada afirmou que Jorge ficou temeroso de levar um tiro ao dar as costas ao jovem. "Como ele tinha uma pistola de uso particular, que estava na cintura, em um movimento rápido, atirou".
Andreia acrescenta: "Ele alega que não chegou a mirar propriamente em Railan. Atirou para poder se defender. A gente acredita que esse tiro é o que pega no braço esquerdo de Railan". O policial negou ter perseguido o jovem até o banheiro do segundo subsolo, onde ele foi encontrado caído. No depoimento, disse que depois de fazer o primeiro disparo saiu do local e foi a uma sala da pós-graduação ao lado do banheiro. Naquele momento, teria encontrado o rapaz novamente.
Aguarda laudo
A delegada afirma: "O PM diz que Railan passou a deflagrar tiros contra ele e ele revidou novamente". 

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